O marco inicial da Paróquia de Rodeio teve como semente o dia 22 de abril de 1892, quando os franciscanos tomaram posse da paróquia de Blumenau, á qual pertencia a colônia de Rodeio, até então entregue á cura do Pe. José Maria Jacobs, vigário de Blumenau. A partir daí os franciscanos passaram a frequentar mais a nova freguesia, que aumentava a cada ano o número de seu rebanho formado por imigrantes italianos que aqui chegaram a partir de 1875.
Foi Frei Lucínio Korte o padre franciscano que por excelência desempenhou o papel mais forte e importante na constituição religiosa de Rodeio.
A capela provisória que até então existia, a da Madonna Dolorata era de madeira e estava instalada onde hoje é a garagem da casa do Sr. Arcanjo Cristofolini. Seu estado precário e insuficiente para a demanda da população essencialmente católica advinda do norte da Itália, resultou na construção de outro prédio mais espaçoso. Por isso, a 16 de abril de 1893, foi inaugurado um prédio de 2 andares que serviria de moradia para os sacerdotes, como escola e como capela. Foi a segunda capela. Neste mesmo ano os moradores de São Virgílio (Rodeio 50) e Santo Antônio (Rodeio 12) começaram também a erigir suas respectivas capelas, sempre com o objetivo de servir como igreja e escola.
Em 1894 sob a liderança de Frei Lucínio e a colaboração de imigrantes e seus filhos, foi lançada a pedra fundamental da Igreja Matriz, em terrenos doados por Valentino Fruet e Leonardo Scoz.
Em 1895, a Província Franciscana do Sul criou em Rodeio uma residência para 02 sacerdotes e 02 irmãos leigos. Isto motivou a edificação de uma casa anexa com alguns quartos, um modesto refeitório e uma capelinha para o Santíssimo.
As necessidades religiosas, porém reclamavam uma igreja de maiores proporções. Para isto foi preciso fazer o desaterro no alto da colina, a transferência do cemitério, a adução de água encanada, provinda da nascente da montanha, que distava uns 700 metros.
Os mestres de construção foram os senhores Giosué Fiamoncini e Nicola Moser, verdadeiros arquitetos portadores de diplomas de Trento, na Itália. Eles foram os supervisores de toda esta obra magnífica, uma réplica aproximada da Igreja de Assis, na Itália. A pedra fundamental do templo foi colocada na boca do futuro presbitério, a 02 de fevereiro de 1898. A partir daí 06 hábeis pedreiros trabalharam na obra permanentemente. Os demais serviços de mão de obra foram executados pelos imigrantes e suas famílias, dando cada qual um dia de serviço por semana, gratuitamente. Gratuito foi também o madeiramento.
A bênção da igreja foi dada a 04 de junho de 1899, apenas 15 meses depois de iniciada a obra, numa grande solenidade. Os sinos, resultado de doações e esmolas, foram inaugurados em 1902 na torre de 27 metros de altura, de cúpula arredondada, em estilo romano. Assim estava definitivamente construído o majestoso templo de estilo gótico-romano, e que depois de reformado, mantém ainda em sua estrutura original.
O pequeno convento, dedicado ao patriarca São Francisco de Assis, foi construído anexo ao templo, com 9 metros de frente, e foi inaugurado a 04 de outubro de 1899, com 04 sacerdotes e três irmãos leigos. Em seguida foram construídos os muros que sustentam os flancos da colina.
Dos antigos bancos só foi comprada a madeira; a mão de obra foi gratuita, por parte das famílias Giorgio Sardagna e Francesco Frainer, auxiliados por outros colaboradores.
O órgão de tubos, inaugurado a 05 de janeiro de 1906, um dos melhores existentes no Brasil, oriundo da Alemanha, foi doado através de Frei Lucínio por uma pessoa de Hamburgo, Alemanha. O frete foi pago pelo Governo Brasileiro. Hoje o órgão faz parte do patrimônio histórico da paróquia.
O primeiro prédio, construído em 1893 depois que a igreja matriz ficou pronta, serviu como primeira escola paroquial italiana e como salão de teatro até 1942, quando houve então a fundação do grupo escolar Osvaldo Cruz, dando início à escola brasileira, em plena fase da nacionalização da língua brasileira. O mesmo prédio, a seguir, foi adaptado como Seminário para colegiais destinados à vocação franciscana. Foi o Seminário Seráfico Nossa Senhora de Fátima, mais tarde demolido.
Ao longo da Rua Frei Bruno, subindo a colina, foram erguidos os capitéis com as imagens das sete dores de Nossa Senhora, na Via Dolorata, com quadros pintados na Itália, demolidos depois, bem como os dois capitéis maiores, nos flancos superiores, direito e esquerdo da colina, pontos de grande devoção.
A igreja matriz de São Francisco de Assis passou por diversas adaptações e reformas. A última grande reforma foi iniciada em 1987, pela coragem e fé de Frei Benjamim Ansolin e de seu Conselho de Pastoral. O trabalho de reforma foi todo ele acompanhado pelo artista plástico Lourenço Hailmais e Gerhard Jurk. Hoje com a maior parte de sua estrutura conservada, representa patrimônio valioso da história memorável dos imigrantes italianos, de seus descendentes e, sobretudo da incansável liderança da Ordem Franciscana no Brasil.
A reinauguração aconteceu na data inesquecível de 19 de maio de 1991, na tradicional festa de Nossa Senhora de Fátima.
Ao entrar na Igreja Matriz a atenção do fiel ou do visitante volta-se para o painel que ocupa boa a parede dos fundos da igreja. Foi projetado, desenhado e pintado pelo artista plástico Lorenz Johannes Hailmais, nascido em Munique em 1951 e radicado no Brasil desde 1953.
O artista dedicou 02 anos e meio a um árduo trabalho. O painel foi solenemente abençoado e entregue à Comunidade de Rodeio em 19 de março de 1993, dia de São José, padroeiro do Noviciado Franciscano.
O painel, no seu conjunto, apresenta um resumo da Revelação de Deus na criação e na História da Salvação. Outra fonte de inspiração é o Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis. Nossa Senhora com o Menino Jesus ocupam a parte central da obra. Tudo converge para esta figura. Nossa Senhora faz o gesto de entregar seu filho recém-nascido à humanidade. Por isso o título do painel e: ET INCARNATUS EST (E o Verbo se fez carne).
A Segunda figura de maior destaque é a de São Francisco de Assis, padroeiro da paróquia e da igreja. Ele aparece na parte inferior do lado esquerdo, de braços abertos, recebendo as chagas do crucificado, que está impresso no interior de seu corpo.
A última grande reforma aconteceu em 1990-91, sempre conservando seu estilo original. Em 2012, o então Pároco Frei Moacir Longo juntamente com o Conselho de Pastoral da Comunidade (CPC) da Matriz decidiram colocar os vitrais, sonho do passado. Na história da Igreja os vitrais são um meio de Evangelização através de imagem ou símbolos. É uma catequese visual Os vitrais a serem colocados foram escolhidos por uma comissão. São dez vitrais, tendo em sua borda, mosaico, além das janelas dos confessionários e da abóboda central. A colocação dos vitrais aconteceu em abril de 2013 e a inauguração oficial foi no dia 12 de maio de 2013.
O Dia de São Francisco de Assis é comemorado anualmente em 4 de outubro.
O Dia de São Francisco de Assis é comemorado em homenagem à data de sua morte, em 1226, e foi sepultado na Igreja de São Jorge na cidade de Assis.
Após dois anos da sua morte foi canonizado pelo Papa Gregório IX (1145-1241). Foi uma das mais rápidas canonizações da História da Igreja.
A data homenageia um dos santos mais admirados pela comunidade católica romana: São Francisco de Assis, o padroeiro dos animais e da natureza, também conhecido por ser o santo dos pobres.
Francisco nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 3 de julho de 1182. Filho de pais ricos, o jovem Francisco aproveitou sua infância e adolescência desfrutando da riqueza e era um jovem vaidoso.
No entanto, ao voltar de uma guerra, Francisco de Assis abandonou toda a vida de riquezas e luxo para “desposar a Senhora Pobreza” e começou a meditar em cavernas e igrejas abandonadas.
Francisco tinha ouvido o chamado de Deus para seguir o caminho de Cristo. Assim sendo, o jovem passou a viver com alegria a vida da pobreza, humildade e obediência. Ele acreditava que para o cristão viver o real significado do Evangelho, deveria abdicar de todos os confortos e seguir à risca a vida de Jesus Cristo.
Desta maneira, escreveu a primeira regra da Ordem Franciscana e conseguiu a aprovação oral do Papa Inocêncio III, em 1209, dando origem ao ramo hoje conhecido como Frades Franciscanos Conventuais.
Igualmente, receberia a jovem Clara, que seria a responsável pelo ramo feminino dos franciscanos, sob o nome de Clarissas.
Seguindo seu caminho como peregrino de Deus, Francisco e seus seguidores viajaram por muitas cidades da Europa e África, como o Egito, Chipre, Roma, Síria e outras cidades e lugares considerados sagrados.
O amor de Francisco pelas “obras de Deus”, ou seja, a natureza e tudo que nela está inserido era imenso. Ao abrir mão de toda a sua fortuna, Francisco de Assis se dedicou aos animais, ao meio ambiente e aos leprosos.
